Especialistas europeus e mediterrânicos debatem escassez hídrica em Lisboa

Especialistas de 17 países reúnem-se, quinta e sexta-feira, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, para debater a “Mitigação da escassez hídrica na Europa e nos países vizinhos”.

Durante a Conferência Internacional de encerramento do Projecto Integrado AquaStress, serão revelados os principais resultados de quatro anos de investigação, desenvolvida por 35 organizações da Europa e do Norte de África. No evento, organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, serão lançadas as bases de uma Rede Europeia de Mitigação do Stress Hídrico.

O projecto AquaStress, financiado pelo 6º Programa-Quadro de Apoio para a Investigação e Desenvolvimento da União Europeia, num total de 10.3 milhões de euros, visa a criação de instrumentos técnicos, científicos, políticos, económicos e sociais para a mitigação dos efeitos da escassez de água na Europa e países vizinhos. Foram seleccionados oito locais de análise, incluindo Portugal, Itália, Holanda, Polónia, Bulgária, Chipre, Tunísia e Marrocos.

A escassez hídrica “é uma preocupação, nomeadamente dos países do sul da Europa”, refere Rodrigo Maia ao Ciência Hoje, coordenador do caso de estudo português, recordando os períodos de seca dos últimos anos em Portugal e na Espanha.

O caso de estudo português incide “sobre a margem esquerda do [rio] Guadiana”, onde Rodrigo Maia considera que “vai haver uma grande alteração devido à Barragem do Alqueva”. O estudo debruça-se, entre outros, sobre a importância de “racionalizar e optimizar os recursos hídricos”, a “qualidade da água”, afectada por “descargas poluentes” e a “gestão para a agricultura”, enumera.

Na conferência que encerra o projecto, estarão em cima da mesa subtemas tão diversos como “O papel da água no mundo moderno”, “A escassez hídrica e as alterações climáticas”, “Práticas e tecnologias para a poupança de água nos sectores agrícola, doméstico e industrial” ou “Sistemas de informação para a gestão da escassez hídrica”.

A sessão conta com a presença do vice-presidente do Instituto da Água, Rocha Afonso, em representação do ministro do Ambiente, da directora do European Research Directoract, de representantes da UNESCO e do World Water Council e Arab Water Council, do director do National Drought Information System (NIDIS) dos Estados Unidos, entre outras individualidades de reconhecimento europeu e mundial. A conferência é aberta ao público, sendo sujeita a inscrição prévia.

Artigo original em: Ciência Hoje


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