Portugal não se esforça para produzir menos resíduos

O presidente da Quercus disse esta quinta-feira que Portugal não tem feito esforço para reduzir os resíduos e a sua produção, comentando dados que indicam que um terço dos aterros de lixo doméstico tem a capacidade quase esgotada.

«Os dados significam que estamos a produzir muito lixo e que reciclamos muito pouco do que produzimos», disse à Lusa Hélder Spínola.

O ambientalista realçou que 40 por cento dos resíduos são matéria orgânica e que a maior parte não tem separação, apesar de poderem ser utilizados para produzir fertilizante orgânico.

«Mesmo os sistemas que têm reciclagem orgânica são apenas demonstrativos. No total só cerca de um por cento são aproveitados», referiu, salientando a importância destes resíduos na contaminação das água.

Hélder Spínola insistiu também na necessidade de se diminuir a produção de resíduos, adiantando que em Lisboa, Algarve e Madeira (devido nomeadamente ao factor turismo) são produzidos diariamente dois quilos por pessoa, quando a média nacional é de 600 gramas.

Para o dirigente da Quercus, o Governo deve investir em campanhas de sensibilização para promover a redução da produção de lixo, à semelhança do que tem sido feito com as campanhas de reciclagem de papel, embalagens, vidro e plásticos. Deve também promover junto das áreas comerciais a comercialização de embalagens retornáveis - que podem ser devolvidas e reutilizadas.

Recolha selectiva porta a porta devia ser incrementada

De acordo com o ambientalista, os embaladores também podem contribuir na redução de resíduos, simplificando as embalagens, tornando-as mais fáceis de eliminar e reciclar. Hélder Spínola deu como exemplo a diversidade de materiais dos pacotes de leite, com cartão e plástico, e os envelopes com janela, com papel e plástico, que na triagem são muitas vezes enviados para aterro.

Explicou ainda que há embalagens de vidro com dois milímetros de espessura, quando podiam ter apenas um, o que contribuiria para a redução de resíduos. A recolha selectiva porta a porta devia também ser incrementada, defendeu.
Artigo original em IOL - Portugal Diário

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