Ambiente: portugueses preocupados, mas pouco informados

Um estudo sobre consciência ambiental revela que os portugueses são dos europeus que mais se preocupam com as alterações climáticas, como poluição da água e do ar, mas são também os que dizem estar menos informados sobre problemas ambientais, escreve a Lusa.

Estas conclusões constam de um trabalho sobre «Eco-Awareness» realizado pela Tempo OMD e que revela que, entre 2004 e 2007, «não se registaram incrementos quanto à informação» ambiental e que «há um grande caminho a percorrer, nomeadamente em Portugal, na divulgação e comunicação de campanhas/informação clara e eficaz».

Segundo o estudo, em Portugal os temas que os cidadãos afirmam ter menos informação são mudanças climáticas (34 por cento), poluição da água (28 por cento) e desastres provocados pelo Homem (24 por cento).

Resulta também deste trabalho que a «televisão continua a ser o meio em que os portugueses mais confiam, mas a média europeia aponta as organizações/cientistas/especialistas ambientais como principais fontes de credibilidade, aparecendo aqui a televisão em terceiro lugar».
De acordo com os dados recolhidos, «a opinião da família e os amigos encontram-se no top cinco das principais fontes de informação». Contudo, no que toca «à credibilidade, encontram-se em 10º lugar, com apenas cinco por cento».

«Façam o que eu digo e não o que eu faço»

O estudo expressa que, apesar da preocupação face ao ambiente e às alterações climáticas e de que os problemas ambientais afectam a sua rotina diária, grande parte dos portugueses espera que «os outros mudem», mas quanto a si próprias assumem uma postura de «façam o que eu digo e não o que eu faço».

Assim, os portugueses esperam que os outros mudem «os seus hábitos de transporte (36 por cento das respostas)», «comprem produtos ecológicos (19 por cento)» ou «produtos locais (13 por cento)».

Registou-se uma baixa percentagem (dois por cento) de respostas relativamente às expectativas quanto aos outros esteram disponíveis para «pagar uma taxa extra para a protecção ambiental».
Quanto à compra de produtos verdes, o mesmo trabalho revela que embora 75 por cento das pessoas diga estar preparada para comprar eco-produtos, apenas sete por cento o faz.
Neste capítulo, as questões financeiras desempenham um papel muito importante, até porque são as pessoas que têm «menos dinheiro (desempregadas, estudantes) que menos agem neste sentido».

O estudo demonstra que as crianças são a grande esperança e os influenciadores da mudança ambiental, pois «incitam novas atitudes e mudam o comportamento dos familiares mais velhos». O tema ambiental é cada vez mais abordado pelas escolas e mesmo nas matérias escolares o ambiente é uma prioridade, refere o documento.

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